30 novembro 2010

Advento

“Qual a origem deste tempo de preparação para o NATAL?
A primeira referência ao “tempo de Advento” é encontrada na Espanha, quando no ano 380, o Sínodo de Saragossa prescreveu uma preparação de três semanas para a Epifania, data em que, antigamente, se celebrava o Natal.
Há relatos de que o Advento começou a ser vivido entre os séculos IV e VII em vários lugares do mundo como preparação para o Natal.
No final do século IV na Gália (atual França) e na Espanha, tinha caráter ascético com jejum, abstinência e duração de seis semanas como na Quaresma (quaresma de S. Martinho). Este caráter ascético para a preparação do Natal se devia à preparação dos catecúmenos para o batismo na festa da Epifania.
Somente no final do século VII, em Roma, é acrescentado o aspecto escatológico do Advento, isto é, recordando a segunda vinda do Senhor e passou a ser celebrado durante cinco domingos.
Só mais tarde é que o Advento passou a ser celebrado nos seus dois aspectos: a vinda definitiva do Senhor e a preparação para o Natal, mantendo a tradição das quatro semanas. A Igreja entendeu que não podia celebrar a liturgia, sem levar em consideração a sua essencial dimensão escatológica.
O tempo do Advento e suas características
O tempo do Advento é para toda a Igreja, momento de forte mergulho na liturgia. É tempo de espera e esperança, de estarmos atentos e vigilantes, preparando-nos alegremente para a vinda do Senhor, como uma noiva que se enfeita, se prepara para a chegada de seu noivo, seu amado.
O Advento começa às vésperas do Domingo mais próximo do dia 30 de novembro e vai até as primeiras vésperas do Natal de Jesus contando quatro domingos. Neste ano de 2010, o Advento terá início no dia 28 de novembro.
Esse tempo possui duas características: nas duas primeiras semanas, a nossa expectativa se volta para a segunda vinda definitiva e gloriosa de Jesus Cristo, Salvador e Senhor da história, no final dos tempos. As duas últimas semanas, dos dias 17 a 24 de dezembro, visam em especial, a preparação para a celebração do Natal, a primeira vinda de Jesus entre nós. Por isto, o tempo do Advento é um tempo de piedosa e alegre expectativa. Uma das expressões desta alegria é o canto das chamadas “antífonas do Ó”.
Espiritualidade do advento
A liturgia do Advento nos impulsiona a reviver alguns dos valores essenciais cristãos, como a expectativa alegre e vigilante, a esperança, a pobreza, a conversão. Deus é fiel a suas promessas: o Salvador virá; daí a alegre expectativa, que deve nesse tempo, não só ser lembrada, mas vivida, pois aquilo que se espera acontecerá com certeza.
Portanto, não se está diante de algo irreal, fictício, passado, mas diante de uma realidade concreta e atual. A esperança da Igreja é a esperança de Israel já realizada em Cristo mas que só se consumará definitivamente na parusia (volta) do Senhor. Por isso, o brado da Igreja característica nesse tempo é “Marana tha”! Vem Senhor Jesus!
É um tempo de esperança porque Cristo é a nossa esperança (I Tm 1,1); esperança na renovação de todas as coisas, na libertação das nossas misérias, pecados, fraquezas, esperança que nos forma na paciência diante das dificuldades e tribulações da vida, diante das perseguições etc.
O tempo do Advento é também tempo propício à conversão. Sem um retorno de todo o ser a Cristo, não há como viver a alegria e a esperança na expectativa da sua vinda. É necessário que “preparemos o caminho do Senhor” nas nossas próprias vidas, lutando incessantemente contra o pecado, através de uma maior disposição para a oração e mergulho na Palavra de Deus.
No Advento, precisamos nos questionar e aprofundar a vivência da pobreza. Não pobreza econômica, mas principalmente aquela que leva a confiar, se abandonar e depender inteiramente de Deus e não dos bens terrenos. Pobreza que tem n’Ele a única riqueza, a única esperança e que conduz à verdadeira humildade, mansidão e posse do Reino.”

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